A cada dia que passa, a necessidade de buscar fontes de geração energética mais econômicas e sustentáveis tem se intensificado. Nesse contexto, as PCHs, abreviatura de Pequena Central Hidrelétrica, surgem como uma alternativa limpa, de baixo impacto ambiental e muito efetivas.
Conheça mais a fundo as PCHs e descubra por que a energia elétrica produzida neste tipo de usina estará ainda mais presente em nossas vidas no futuro.
O que são as PCHs?
As Pequenas Centrais Hidrelétricas são usinas de tamanho e potência reduzidos em comparação às hidrelétricas tradicionais, de acordo com a classificação da ANEEL.
Neste tipo de usina, a geração de energia também ocorre através da força e da velocidade da água. No entanto, duas características principais determinam a existência de uma PCH:
- Potência instalada, que deve ser entre 5 MW e 30 MW;
- Área de reservatório de até 13 km², sem considerar a calha do leito regular do rio.
Por conta de seu porte menor, a PCH é mais sustentável e possui uma implementação mais fácil do que as usinas hidrelétricas tradicionais. Além disso, acaba sendo mais economicamente viável, especialmente em regiões que não possuem tanta carência energética. Vale lembrar que a cadeia de suprimentos das PCHs é 100% nacional.
Graças a estes diferenciais, as Pequenas Centrais Hidrelétricas vêm sendo utilizadas amplamente como alternativa para levar os pontos de geração elétrica para outros lugares do Brasil.
Como funcionam as PCHs?
A Pequena Central Hidrelétrica tem seu método de funcionamento muito parecido com o das usinas hidrelétricas tradicionais. No entanto, o impacto para o meio ambiente é inferior, o tempo para construção é reduzido e os custos são menores.
Geralmente, são construídas em rios que possuem desníveis e apresentam alto volume de água. O sistema de funcionamento de uma PCH pode ser resumido em apenas três passos, são eles:
- Aproveitando a força da gravidade dos desníveis do rio, a PCH se beneficia com a vazão natural do percurso sem a necessidade de ter um grande reservatório de água, podendo utilizar apenas o nível da cheia do rio. Esse excesso de água fica reservado num lago artificial, localizado atrás de uma barragem;
- Em seguida, essa água sobressalente é levada por tubulações até as turbinas da usina, que se movem pela velocidade e força do volume fluvial;
- Os geradores conectados nestas turbinas passam a transformar a energia das pás em energia elétrica.
Quais as vantagens das PCHs?
A preservação dos recursos naturais e o tamanho reduzido para geração de energia elétrica são apenas alguns dos muitos benefícios que a construção de uma PCH pode trazer. Confira os principais abaixo:
- O tempo de implementação é menor que o das usinas tradicionais;
- Não precisam de linhas de transmissão grandes para serem utilizadas;
- A única autorização necessária para o funcionamento de uma PCH é a da Agência Nacional de Energia Elétrica, ou seja, não há a necessidade de participar de leilão para conquistar a concessão da fonte de água;
- Qualquer pessoa com um Estudo de Inventário Hidrelétrico, que é a análise do potencial hidráulico do local de instalação, pode solicitar essa autorização.
- São fontes renováveis de energia elétrica;
- Contam com tecnologia nacional, estimulando o uso da nossa ciência no dia a dia.
- Promovem empregos na região em que serão instaladas, incentivando o desenvolvimento social e econômico regional;
- Não depende de commodities que podem oscilar de preço de acordo com as variações do mercado, como o gás natural e o combustível.
PCHs x UHE: principais diferenças
Enquanto a PCH, Pequena Central Hidrelétrica, é chamada assim por seu tamanho menor, as usinas tradicionais são chamadas simplesmente de Usinas Hidrelétricas, ou UHE.
Por conta do seu alto investimento inicial, é comum que as UHEs espalhadas pelo mundo sejam de responsabilidade de grandes companhias elétricas ou então de instituições governamentais.
Uma usina hidrelétrica com uma das maiores capacidades de produção de energia elétrica no mundo, a Usina de Itaipu Binacional, fica entre o Brasil e o Paraguai. Por conta disso, sua diretoria executiva é partilhada entre estes dois governos.
Podemos classificar a presença de uma UHE através das seguintes características:
- Produzem mais de 30 MW por hora se estiverem operando em capacidade máxima;
- A área total do reservatório é maior que 13 km².
A capacidade de produção de energia elétrica de uma usina hidrelétrica tradicional é muito grande. Um exemplo para entender melhor o volume desta produção é considerar que apenas 1 MW é capaz de abastecer cerca de 330 residências por uma hora.
Já os 30 MW resultantes de uma hora de operação das UHE são suficientes para alimentar uma pequena cidade de até 10 mil habitantes.
Apesar de serem muito mais eficientes na geração de energia elétrica, as UHE contam com algumas desvantagens em relação a uma PCH, como maior impacto ambiental, mais entraves burocráticos para a construção e custo de investimento elevado.
CGHs (Centrais Geradoras Hidrelétricas)
Além destas duas, é necessário citar e diferenciar um terceiro tipo de usina: as CGHs, ou Centrais Geradoras Hidrelétricas.
Assim como as demais, as CGHs também são usinas que geram eletricidade através da força das águas. No entanto, elas são ainda menores que as PCHs, oferecendo uma potência igual ou inferior a 5 MW.
Essa terceira opção também conta com vários incentivos legais, descontos em tarifas setoriais e benefícios ambientais e econômicos em relação às usinas tradicionais.
Atualmente, o Brasil já conta com 732 unidades em operação, que produzem cerca de 800 mil kW de potência pelo território em que está instalada.
Pequenas Centrais Hidrelétricas no Brasil
Atualmente, as Pequenas Centrais Hidrelétricas já estão em quinto lugar entre as fontes de energia mais utilizadas no país, com cerca de 7 milhões de kW gerados. Minas Gerais é o estado com mais investimentos no setor, contando com cerca de 72 unidades.
Desde 1997, quando os investimentos em PCH foram iniciados no Brasil, mais de um bilhão de reais já foram investidos em projetos de licenciamento ambiental para essa forma de geração de energia. Hoje elas possuem cerca de 3,5% de capacidade instalada no Brasil.
De acordo com o mercado, a tendência é que as Pequenas Centrais ganhem ainda mais força no Brasil nos próximos anos. Com a aprovação do Congresso Nacional da contratação obrigatória de PCHs no país, estima-se que esse tipo de construção cresça em até 30%.
E os motivos são muitos: além do incentivo do governo, a população está consumindo mais energia elétrica, o que aumenta a necessidade de buscar novas alternativas de fontes para geração energética.
PCHs: Conclusões
Em última análise, não podemos esquecer que a matéria-prima para ativação das PCHs, a água dos rios, possui origem no próprio território nacional. Sendo assim, a energia gerada nessas usinas não está exposta às flutuações de preço do mercado internacional, diferentemente do petróleo, por exemplo.
Deste modo, as PCHs estimulam a indústria brasileira, gerando empregos nas regiões onde são instaladas e contribuindo para o desenvolvimento social e econômico local.
Além disso, a utilização da força das águas para geração de energia elétrica é uma das principais apostas para um futuro mais economicamente sustentável.
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